quinta-feira, 13 de abril de 2006

Maysa


Maysa Figueira Monjardim, cantora e compositora, nasceu em São Paulo (16/11/1936) e faleceu no Rio de Janeiro (11/11/1977). Descendente de tradicional família do Espírito Santo, aos 12 anos, estudante de piano, compôs sua primeira música, o samba-canção Adeus. Foi aluna interna no Colégio Sacré Cour de Marie, de onde saiu com 18 anos para casar com o milionário paulista André Matarazzo.


Depois de casada, continuou a compor, mas cantava raramente, em festas de amigos da alta sociedade paulista. Numa dessas festas, em 1956, foi convidada por um produtor de discos para gravar suas composições.

O LP Convite para ouvir Maísa foi lançado pela RGE depois do nascimento de seu filho, e incluía os sambas-canções Meu mundo caiu, Adeus e Ouça, o grande sucesso que a revelou como cantora e compositora de música de fossa. 0 disco bateu recordes de vendagem, mas, por imposição do marido, toda a renda foi doada para a campanha contra o câncer. A partir de então, começou a se apresentar em diversos programas da TV Record e em shows de boates, como a Oásis e a Cave, cujo proprietário, Jordão de Magalhães, muito incentivou sua carreira.

Em 1957, passou a ter seu próprio programa, inicialmente realizado nos estúdios e depois no Teatro Record, transmitido em cadeia de rádio e televisão. A separação do marido deixou-a abalada e levou-a a beber e engordar, o que contribuiu para criar-lhe a imagem de cantora agressiva.

Em 1960 foi para o Rio de Janeiro, onde, por influência de Ronaldo Boscoli, passou a gravar músicas de bossa nova, como O barquinho, Ah! Se eu pudesse e Nós e o mar (todas de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli). Com esse novo repertório, gravou na CBS, acompanhada pelo conjunto de Roberto Menescal, o LP Barquinho, que fez muito sucesso. Viajou em seguida pelo Brasil, Uruguai e Argentina com o mesmo conjunto, transformando-se numa das primeiras divulgadoras de bossa nova no exterior.

Entre 1961 e 1965, apresentou-se no Olympia, de Paris, França, no Blue Angel, de New York, E.U.A., e em Estoril, Portugal, onde conheceu o advogado e industrial espanhol Miguel Azanza, com quem casou. Morando na Espanha fez tratamento de saúde e realizou apresentações e gravações em toda a Europa.

Enquanto isso, eram lançados no Brasil seus LPs Maísa canta sucessos (RGE, 1952), com as músicas Estou pensando em ti (Raul Sampaio e Benil Santos), A canção dos teus olhos (Pernambuco e Antônio Maria) e Ri (Luís Antônio), entre outras; Os grandes sucessos de Maísa (RGE, 1963), com uma coletânea de gravações anteriores, como Ouça e Meu mundo caiu; e Voltei (RGE, 1963), incluindo Meditação (Newton Mendonça e Tom Jobim), Alguém me disse (Jair Amorim e Evaldo Gouveia) e Solidão (Antônio Bruno).

Numa de suas viagens ao Brasil, em 1964, participou de um programa ao lado do jornalista Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), na TV Record. Nos anos seguintes, as etiquetas RCA e Elenco lançaram mais dois LPs, ambos com o título Maísa, trazendo entre outras as músicas Ne me quitte pas (Jacques Brel) e Tristeza (Haroldo Lobo e Niltinho), e Bom dia tristeza (Adoniran Barbosa e Vinícius de Moraes), Demais e Dindi (ambas de Aloysio de Oliveira e Tom Jobim).

Em 1969 retomou a carreira profissional no Brasil, formando com o marido a Guelmay, empresa destinada a produzir seus programas e discos. Nesse mesmo ano, fez um show para um grande público na cervejaria Canecão, do Rio de Janeiro, apresentado depois em São Paulo, no Restaurante Urso Branco, e gravado com o título Canecão apresenta Maísa (Copacabana, 1969), com as músicas Se você pensa (Erasmo Carlos e Roberto Carlos) e Se todos fossem iguais a você (Tom Jobim e Vinícius de Morais), entre outras.

Em 1970 lançou pela Philips o LP Ando só numa multidão de amores, com as músicas Molambo (Meira e Augusto Mesquita), Chuvas de verão (Fernando Lobo) e Que eu canse e descanse (Marcos Vale e Paulo Sérgio Vale). Passou em seguida a trabalhar em teatro e televisão, participando em 1971 da novela O cafona, da TV Globo, para a qual compôs o Tema de Simone.

Em 1974 saiu novo LP pela gravadora Evento, com as músicas Bloco da solidão (Jair Amorim e Evaldo Gouveia) e Agora é cinza (Alcebíades Barcelos e Armando Marçal), entre outras, e no ano seguinte apareceu na novela Bravo, da TV Globo, e em outros programas de televisão. Faleceu em acidente automobilístico na ponte Rio-Niterói.

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