domingo, 17 de fevereiro de 2008

Vida marvada

Vida marvada (toada mineira, 1937) - Almirante e Lúcio Azevedo -

Vance num sabe como é bom vive
Numa casinha branca de sapé
Como uma muié a nos fazê carinho
Uma galinha, dois ou três pintinho

Se o sór tá quente a gente arranja rede
Garra a viola presa na parede
Acende o pito gospe e passa o pé
E deixa a vida como Deus quizé

Eh! vida marvada
Não adianta fazer nada
Pru que se esforça
Se não paga a pena trabaiá

Num sei pruque que aqui num nasce nada
É só capim, só mato, espinharada
Não nasce arroz, nem mio, nem feijão
Num sei o que que exeste neste chão

De manhã cedo eu óio pra rocinha
Pra vê se a vez nasceu quarqué coisinha
Mas qual o que não nasceu nada não
Prantando nasce, mas não pranto não

Eh! vida marvada
Não adianta fazer nada
Se não paga a pena trabaiá

Nenhum comentário:

Postar um comentário